Não vou introduzir ao leitor deste texto, a teoria dos blogs como representação microcósmica (talvez aqui haja um eufemismo, pois este fenômeno da informação só cresce na web) do bem e do mal presentes no homem e na sociedade, porque outras(os) blogueiras(os) já o fizeram com brilho e inteligência.
Utilizando um português bem claro, há uma quantidade imensa de blogs de conteúdo meramente informativo (jornalísticos e acadêmicos em geral), assim como há os de caráter confessionário (diários pessoais) e os de panfletagem ideológica (aqui, tanto das causas politicamente corretas como as de moralismos esdrúxulos e maliciosos).
Vou, então, diretamente ao assunto que tem me intrigado – e incomodado – que é a intimidação moral que tem se manifestado na blogosfera brasileira, pelo menos, na pequena amostra quantitativa dos que tive o privilégio – ou talvez o infortúnio – de ler nos meses mais recentes. Muitos dos quais, devido a ataques ideológicos ou simplesmente gratuitos, de ordem pessoal ou não, cometeram um suicídio involuntário, desaparecendo acompanhados da perplexidade de seus respectivos blogueiros. E por quê?
Há, claramente, blogs top parade, que recebem, às vezes, centenas ou milhares de visitas diárias, estimuladas pelo teor de seu discurso confessionário, ou ainda, pelo relato da experiência agora tão comum aos brasileiros, que é a aventura da imigração. Com milhões de pessoas a sonhar com o paraíso e uma vida melhor no exterior, e a relativa acessibilidade da internet, os blogs de quem mudou de país (quaisquer que tenham sido as razões), acabaram por se tornar extremamente populares, funcionando como fonte de informação e, também, de integração social (a solidão é uma temática comum a quem parte, e muitos blogueiros querem conhecer outros que estejam passando pela mesma experiência), ou simplesmente, como alvo da curiosidade tão comum a nós humanos.
Mas, voltando ao início deste texto, como acontece com quase tudo relativo à expressão “humanos”, o que no início pode parecer despretensioso ou benéfico, começa a mostrar a sua “outra face”, as falhas e a vulnerabilidade do território sobre o qual são estabelecidos.
As anânimas e os anônimos – ou, da intimidação moral e ideológica na blogosfera brasileira
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